No contexto da abundância informacional, a seleção, a organização e o cuidado com os conteúdos das redes digitais, visando a um público e propósitos mais delineados, estão recebendo visibilidade nos últimos anos. Esse processo é conhecido como curadoria, palavra que vem do latim “curare”, que significa cuidar ou preservar. Historicamente, a palavra esteve vinculada ao processo de seleção e cuidado com as coleções de museus e espaços artísticos, além de bibliotecas e acervos de documentos históricos.

Contudo, atualmente, a curadoria tem se expandido para outras áreas, sobretudo para o processo de seleção, uso e reinterpretação de recursos e artefatos digitais. De acordo com Yakel (2007), a curadoria digital está se tornando um conceito abrangente que inclui a preservação digital, a curadoria de dados, o gerenciamento de registros eletrônicos e o gerenciamento de ativos digitais. Para Ovadia (2013, p. 58) é uma prática que seleciona cuidadosamente o conteúdo eletrônico para os usuários, muitas vezes redimensionando os seus usos e composições.

Assim, nos últimos anos o termo curadoria de informação tem sido usado para tratar de alguns processos que ocorrem sobretudo no âmbito da internet. O termo, que antes se vinculava a outros processos e áreas, tem se tornado chave para tratar sobre práticas de filtragem e produção de conteúdos nas mais diversas plataformas digitais (Amaral, 2012, p.42).

Em meio à profusão de artefatos e produções culturais que circulam na internet, é preciso escolher, selecionar e recomendar aqueles mais significativos e apropriados para o trabalho pedagógico. Tal fato é uma necessidade para a produção de práticas pedagógicas mais interessantes e potentes para os estudantes. Filmes, vídeos, textos, músicas, memes, sites e tantas outras produções, escolhidas de forma criteriosa e reflexiva podem denotar experiências mais enriquecedoras, significativas e vigorosas para a formação crítica dos alunos, bem como para o alargamento de seus horizontes geográficos.

O papel dos professores de Geografia nesse campo que se descortina é fundamental. Os docentes não são somente selecionadores e disseminadores de conteúdos, mas organizadores de abordagens reflexivas, intencionais e em consonância com os interesses e necessidades dos estudantes, com os objetivos dos planos de aula, currículos, práticas pedagógicas e com as discussões mais recentes que envolvem os variados campos da educação, das mídias e da Geografia.

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