O USO DA REALIDADE VIRTUAL PARA O DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO GEOGRÁFICO.

Michel André de Souza
Paraguaçu Paulista/SP – 2023

Introdução

Este relato é resultado do uso de metodologias ativas e tecnologias educacionais, tendo como instrumentalidade a Realidade Virtual (RV). Esta tecnologia, aplicada ao ensino de geografia, procura fornecer ferramentas imaginativas e lúdicas para a compreensão dos conceitos geográficos trabalhados em sala, os quais tornam-se abstratos e culturalmente distantes do espaço vivido pelos alunos. Procuramos mediar a construção da aprendizagem facilitando o engajamento e interatividade dos alunos.
A geografia é um componente curricular que valoriza ferramentas estéticas e visuais como tabelas, gráficos e mapas para a construção do raciocínio geográfico. A analogia, conexão, diferenciação, distribuição, extensão, localização e ordem são os princípios do raciocínio geográfico na BNCC e tem como principal objetivo “(…) representar e interpretar o mundo em permanente transformação e relacionando componentes da sociedade e da natureza”.
O uso da RV é uma maneira de transportar os alunos, por meio de uma experiência imersiva, para o “lugar”. O lugar é palco da construção cultural e social dos indivíduos de maneira plural.

Materiais e métodos

Como ferramentas utilizamos um notebook (para a reprodução do documentário sobre os povos quilombolas amazônicos), um smartphone capaz de reproduzir fotos e vídeos em RV (embarcados com o sensor giroscópio), óculos RV e vídeos em 360° na plataforma Youtube.
Selecionamos três turmas de 7° ano da Escola Municipal Osório Lemaire de Morais, localizada na cidade Paraguaçu Paulista/SP, para desenvolver o conteúdo “Povos da floresta – ribeirinhos, indígenas e quilombolas”, procurando explorar a formação territorial da região norte do Brasil e as suas características populacionais, trabalhando as habilidades EF07GE02; EF07GE03 e EF07GE04 da BNCC.

Figura 1: Alunos realizando experiência imersiva com óculos VR

                                                                                                 Figura 1: Alunos durante experiência imersiva com VR.

Fonte: Souza, M. A. 2022

Quanto a estruturação das aulas, foram ministradas cinco aulas: a primeira procurou sensibilizar engajar os alunos a partir de uma conversa sobre “O que sei sobre a região norte do Brasil”; nas duas aulas seguintes aplicamos o uso do óculos de RV e também a navegação por meio do notebook (um aluno por vez, sempre higienizando o material) e um breve documentário sobre os povos quilombolas da Amazônia; sugerimos em uma outra aula a leitura e discussão de textos de materiais didáticos que tratam sobre os povos tradicionais da floresta; na última aula os alunos elaboram um relatório/pesquisa na qual eles relataram sua experiência imersiva, explorando a floresta e os povos, também foi realizada uma breve pesquisa sobre um dos povos da floresta.

 

Resultados

Na análise dos materiais produzidos, no engajamento dos alunos, notamos a compreensão de alguns conceitos importantes da Geografia relacionado ao tema e a solidificação de algumas habilidades socioemocionais importantes. Destacamos, especialmente, o reconhecimento da diversidade cultural presente no território nacional, a comparação e análise das diferentes paisagens e sociedades.

Conclusão

Conseguimos notar o desempenho da autonomia dos estudantes na construção de aprendizagens, selecionando um tema de interesse. Muitos estudantes sugeriram novas aulas e ideias de locais para explorar. Outros, ao notar a movimentação e ouvir dos colegas suas experiências, também pediram para ter uma aula com RV. Entendemos que o uso das tecnologias digitais em sala de aula oportuniza muitas formas de trabalho para o professor e aprofunda de maneira imaginativa e significativa a aprendizagem dos alunos.

Referências

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Versão Final. Brasília: MEC, 2017. Disponível em: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/a-base> Acesso em: 22 de set. de 2022.